Argentina
Raça X Nacionalidade (16)
Novamente, chegamos a um dos casos mais extremos de preconceito dirigido à origem, junto àquilo que vimos
aqui. Trata-se de mais uma amostra sobre como no Brasil se faz vista grossa à xenofobia, não importando o que diz a constituição.
Enquanto palavras ofensivas à nacionalidade (às vezes, até mesmo cidades, estados e regiões são alvo de tais ataques) de um ser humano forem consideradas "
brincadeiras" ou simplesmente um direito de opinião, continuaremos a ver a intolerância crescer.
Um exemplo claro dessa incoerência ? assim como no caso de Antônio Carlos e Jeovânio ? no que diz respeito a teoria e prática (a lei ?
existe? para todos, mas só é aplicada para alguns) foi o ocorrido entre o jogador Viola e o goleiro Dusan (sérvio), em janeiro de 2008, quando ambos atuavam pelo Duque de Caxias, clube fluminense.
Viola ofendeu o goleiro
sem motivo nenhum e,
dando ?explicações? à imprensa sobre seus xingamentos, sentenciou: ?
Não gosto de gringo. Não gosto de argentino, de sérvio. Não gosto de estrangeiro?.
Isso mesmo: Viola disse publicamente que o motivo para ter xingado o colega de tal forma (disse a frase ?
você é um m...? por
sete vezes, em alto e bom som, no saguão de um hotel) é ele ter nascido fora do Brasil.
Viola não se conteve e incluiu os argentinos em seu discurso derrotado. Coincidência ou não, dois deles, Mauro Astrada e Fernando Barrera, também eram seus colegas de clube.
Na Argentina, não foi feito nenhum mutirão com a imprensa local (como aqui foi feito na situação Desábato X Grafite) para transformar os ditos de Viola numa verdade absoluta sobre os jogadores e cidadãos brasileiros no que diz respeito a preconceito, racismo e xenofobia.
Simplesmente, o jornal Clarín divulgou uma nota lamentando tal episódio, e enfatizou que Viola era um campeão do mundo. Viola não foi repreendido por seu clube, muito menos prestou queixas à justiça desportiva, que dirá à comum.
Já podemos mudar aquele ditado popular: agora é "um peso; duas medidas".
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