E quando um treinador brasileiro faz críticas abertas a jogadores argentinos pelo o fato de eles... serem argentinos?
Émerson Leão, goleiro das copas de 1970, 74 e 78, por várias vezes deu declarações nesse tom, e o ápice dessa situação aconteceu quando treinou o Corinthians, em 2006.
Na ocasião, Leão fez alguns comentários nada amistosos, e até mesmo xenófobos. Uma boa matéria do site "Trivela", da época, analisa o caso: "É de uma estupidez sem tamanho qualquer preconceito contra jogadores argentinos. São bons de bola, disciplinados taticamente e não consta que tenham problemas de atitude maiores do que seus pares brasileiros - pelo contrário, aliás. Ainda assim, Emerson Leão até pode ter preferência por jogadores brasileiros. O que ele não pode, é tratar a questão de maneira debochada, principalmente porque seus dois melhores jogadores [Tevez e Mascherano] são argentinos"
Leão chegara a, inclusive, fazer piadas com o problema de dicção (fruto de um misto de infância miserável com problemas físicos) de Carlos Tevez. Na mesma época, Leão declarou que não tinha problemas com argentinos: "tenho um amigo [argentino], e ele é até legal!", declarou com seu famoso tom jocoso, o mesmo com que ofendera uma repórter.
Alguns anos antes, Leão já havia se envolvido em outra polêmica com argentinos: antes da final da Libertadores de 2003, quando comandava o Santos e iria enfrentar o Boca Juniors. Leão disse que temia duas coisas: a violência dos jogadores e a complacência do árbitro.
Tudo faz parte do "circo", sabe-se, mas o jornal Olé não ignorou a situação: "Menos mal que a primeira partida será no inverno de Buenos Aires, pois a temperatura da partida está aumentando e o calor, é claro, vem do Brasil. Os santistas estão temendo a violência argentina. O temor de Leão e dos jogadores não tem fundamento. Tudo isso porque o técnico Emerson Leão não teve boas recordações em nosso país".
Reza a lenda que o desgosto de Leão por argentinos é tudo fruto de um ressentimento de uma briga ocorrida em 1997, quando era técnico do Clube Atlético Mineiro, na cidade de Lanús.
O treinador, aliás, se envolveria anos mais tarde em briga com torcedores e ex-segurança do Santos Futebol Clube, mas nunca transferiu seus problemas com aqueles indivíduos para o "povo do litoral paulista", ou algo do tipo.
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