Acabo de deixar o calor escaldante do Rio de Janeiro e desembarcar no... bafo terrível de Buenos Aires. A temperatura não bateu os 40 graus, como tem sido comum no verão carioca. Hoje chegou a 33 graus e dizem que amanhã a temperatura máxima será de 36 graus, considerado um pico de calor. Dizem que o calor agobiante, como falam por aqui, continuará até domingo. Vi cartazes nas ruas alertando para os efeitos da onda de calor. As agências de notícias daqui e os noticiários da TV não falam de outra coisa. Aumentou em 60% o número de consultas médicas. São pessoas que passam mal com a alta temperatura. E agora informam que as colônias de férias que dependem do governo portenho foram suspensas amanhã. Isso significa que dez mil crianças ficarão sem as atividades recreativas nos clubes, o que acaba sobrando para milhares de mães terem que inventar o que fazer. Aliás já fui informada pela minha filha, de três anos, que ela não irá para a colônia na qual foi matriculada e que começa na próxima semana, e que tampouco irá para a escola neste ano. O que é isso? Evasão escolar já no jardim de infância? Efeito de três meses seguidos de férias no meio de um período de adaptação à rotina da escola. Tenho mais um mês inteiro pela frente para tentar reverter esse quadro de aversão aos banquinhos escolares. Ainda não sei se isso é bom ou ruim...
Mudando de lé pra cré, ou melhor, voltando ao assunto do calor. Vi no Parque Las Heras, em Palermo, muitas sombrinhas amarelas, iguais àquelas das praias do Rio que foram padronizadas pela prefeitura. Mas, segundo o taxista que me trouxe do aeroporto, as daqui são gratuitas. O indivíduo também pode pegar emprestada uma cadeira e tomar uma ducha. O serviço está disponível em alguns parques da cidade. É o jeitinho argentino de quem não tem praia. Tudo de graça. Mas seria de bom tom, avisa o mesmo taxista, que se dê uma gorjeta ao rapaz que toma conta do guarda-sol e da cadeira. Agora a manchete da TV diz que há um novo recorde de consumo elétrico no país. E eu já comecei a contribuir para aumentar ainda mais esse indicador. Tá muito abafado!
Ah, essa foto aí foi tirada lá de cima do Pão de Açúcar, no Rio, claro. É que promessa é dívida, ainda mais para meus filhos, que esquecem de escovar os dentes à noite mas lembram de promessas feitas por mim no verão passado. O programa é ótimo, mas deve ser feito antes das 10 da manhã, porque a fila fica muito grande e o calor também. O bondinho, que está bem novinho, começa a andar às oito da manhã. Quando você chega no Morro da Urca, que é a primeira parada, e vê o primeiro bondinho que andava pelos cabos décadas atrás, dá até uma sensação de que agora você está segura com o novo modelo e aquele "medinho" fica mais sob controle. Lá no alto tem lugar para lanchar e comprar lembrancinhas do Rio, um alívio para meu filho que pensava que desembarcaria em uma ribanceira. E ainda é possível fazer as indefectíveis fotos no pratinho. Mas mais legal foi descer tudo e olhar lá pra cima de novo. "Olha, a gente esteve lááá no alto!" E quem quiser dicas de programas para fazer no Rio com as crianças, uma amiga indicou o Kids in Rio. By the way, matei a saudade do queijo minas, do sorvete de manga no Itália, do cuscuz de tapioca, do mate Leão, do guaraná, da carne seca com purê de mandioca... ai, ai. Bueno, depois de um tempo sumida, este post é só pra dizer que voltei!
Foto: de Buenos Aires para Niños